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Paulo Zits – Arte muito além da rua

 

Ao retratar o que somos e o que sentimos, a Arte pode ser  elitista e hermética, esnobe e pretensiosa como a própria sociedade. Que via o graffiti e a Street Art como um fenômeno sociopolítico e não como uma genuína expressão artística. Um árduo caminho foi trilhado até o reconhecimento conquistado por nomes como Keith Haring e Basquiat (não reconhecidos pelos puristas como grafiteiros “raiz”), Bansky e Blek le Rat.

 

Paulo Zits é um nome que se destaca não só no Brasil mas em vários países onde suas obras já chegaram. Esse admirador dos Gêmeos e de Salvador Dalí cria seu próprio universo lúdico-fantástico. O Hip-Hop e a tipografia deram início a uma trajetória onde hoje habitam personagens por ele criados para chamar a atenção do observador ao que passa despercebido. Paulo nos traz uma dialética cromática, que inspira surpresa e resiste a simplificações.

 

Sua obra amplia nossa visão tecnicista, fragmentada, e padronizada ao incluir elementos estéticos com o vigor dos temas sociais que desconhecemos ou ignoramos. Uma janela para realidades tão próximas e, ao mesmo tempo, tão distantes, seu trabalho aborda com humor e fantasia nossos paradoxos existenciais. Em superposições de texto e imagem, somos surpreendidos em nossas contradições culturais e desafiados a enfrentar realidades que estão ao nosso redor.

 

A Street Art tem servido de iniciação artística a uma geração mais conectada a celulares do que a galerias e museus. A Internet liberta do imobilismo das paredes, e suas imagens fluem para todo o mundo. Paulo Zits constrói, assim, seu ambicionado legado: de ser fonte de inspiração para as próximas gerações.

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