Entrevista com o artista Regiz Francisco
O trabalho da UP Time Art Gallery é inspirar e fascinar através da Arte. Nossos artistas apresentam trabalhos que retratam nossas emoções, nossas causas, nossas vidas. O público sempre quer conhecer o artista por trás da obra. Quem é, como pensa? Que história de vida levou a esse trabalho?
Hoje conosco, Regiz Francisco!

1-) Como nasceu o interesse de Regiz pela arte?
Eu sempre fui um indivíduo curioso e interessado pelas artes. Acredito que por ter aptidão para o desenho desde muito cedo, meus pais e meus irmãos (sou o caçula de cinco filhos) procuraram me incentivar à praticar e a evoluir nesse campo. Além das artes visuais, minha família sempre procurou estimular qualquer desejo meu para novas práticas, como instrumentos musicais ou composição musical.
2-) Quais são suas referências e inspirações?
Me inspiro na arte de ser brasileiro. Com todas as delícias e dificuldades que essa origem me traz. Acredito que não exista no mundo, uma nação tão influenciada pela ancestralidade africana como o Brasil e esse fator criou aqui algo único: a beleza da brasilidade. Ser um homem negro brasileiro, casado com outro homem negro e papai de uma menina negra, me coloca no centro dessa construção e desse novo momento que nosso país vive. E para construir a minha “versão” de brasilidade, me inspiro em artistas que vieram antes de mim, abrindo os caminhos para o estilo afro-brasileiro, como os irmãos Timotheo (João e Arthur) ou Abdias do Nascimento mas também me conecto ao que tem sido feito atualmente para promover a arte fora dos grandes circuitos de museus e galerias, como a street art brasileira, que para mim é a mais criativa e efervescente do mundo.
3-) Como é o seu processo criativo e quais materias você utiliza? Conhecer a cultura brasileira e as diversas expressões culturais das nações
africanas que vieram para as Américas, sãos os principais pontos de estudo para a concepção da minha arte.

A jovem Dandara -2018
(Primeiro rosto que desenhou)
Óleo sobre tela 50x60 cm
4-) Em suas obras estão presente a narrativa africana, valorizando um povo que foi escravizado. Poderia falar sobre essa cultura, e como foi a construção dessa identidade?
Gosto muito de apontar para uma africanidade que vai além do período da escravização e vejo que a minha missão como artista é retratar a beleza e a potência que o povo negro brasileiro tem e herdou das grandes nações africanas. Fomos acostumados a ver África como um continente devastado pelo colonialismo europeu/estadunidense, porém as diversas nações e reinos que antecederam esse período foram palco de grandes revoluções da história. Minha meta é transparecer essa essência em minha vida e em minha arte.
5-) O mundo atual está marcado pela tecnologia, o que você acha de sua crescente influência na arte? Você utiliza a tecnologia em seus
trabalhos?
A tecnologia está em todos os espaços sociais. Isso é um fato. E com a arte não seria diferente. Hoje, o artista visual precisa compreender que por mais passageira que seja uma tendência, como um app que cria retratos a partir de fotos ou uma rede social que conecta o artista aos seus apreciadores, a tecnologia na arte veio para ficar. No meu caso, além de artista plástico, sou publicitário e atuo no mercado em projetos de ilustração digital. Acho que a tecnologia precisa ser um ajudador do artista, facilitando e ampliando a sua linguagem para que a mensagem alcance mais pessoas.

Olhar Ancestral - 2018
Óleo sobre tela 30 x 40 cm
6-)O que há de mais gratificante em ser artista?
Dialogar com as pessoas com aquilo que mais sei fazer. Com minha arte
consigo alcançar pessoas de diferentes pensamentos e fazer com que reflitam ou repensem o lugar que a cultura afro-brasileira ocupa em suas mentes.
Gosto de receber feedbacks de pessoas negras e não-negras dizendo que se reconheceram ou repensaram um conceito ou uma opinião por meio da minha arte.
7-) Fale de seus novos projetos.
Estou trabalhando em uma nova serie de quadros que irão apresentar personalidades negras brasileiras que foram invisibilizadas pela história. Minha meta é dar rosto à mulheres e homens que foram importantes para a construção do Brasil e de suas comunidades e que possam servir de inspiração para as novas gerações. Em minhas redes sociais já tenho alguns exemplos da série, como a obra que retrata a primeira mulher negra a escrever um livro no Brasil: Rosa Maria Egipcíaca. Penso em fazer uma exposição em breve dessas obras.

O Brasileiro
Acrílica sobre tela - 2021
100 x 100 cm
Sobre a UP Time Art Gallery:
Galeria de arte itinerante que reúne artistas do Brasil e de países da Europa para disseminar o que há de melhor no cenário da arte contemporânea. Fundada por Marisa Melo, a galeria de arte alcança mais de 30 países ao redor do mundo, isso porque ela funciona de forma itinerante desde o seu nascimento, apresentando mundialmente exposições 3D e exposições regionais e internacionais presenciais com um time de artistas distintos.
Sobre Marisa Melo:
Formada em Propaganda e Marketing, Moda e Fotografia. Empresária no Mercado de Arte, especialista em crítica de arte, Gestão de Negócios, Arte e Estética e Design Gráfico. Artista Visual, certificação em Liderança pela PUC, consultora de projetos Artísticos, produtora de mostras, curadora e redatora de textos curatoriais.
Nossos serviços:
Exposições virtuais, físicas nacionais e Internacionais, Feiras de Arte, Projetos, Catálogo do Artista, Construção de Portfólio, Pod Cast, Biografia, Texto Crítico, Assessoria de Imprensa, Entrevistas e Provocações.