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Foto do escritorMarisa Melo

Entrevista com o artista visual Regis Francisco

Atualizado: 20 de fev.


O trabalho da UP Time Art Gallery é inspirar e fascinar através da Arte. Nossos artistas apresentam trabalhos que retratam nossas emoções, nossas causas, nossas vidas. O público sempre quer conhecer o artista por trás da obra. Quem é, como pensa? Que história de vida levou a esse trabalho?


Hoje conosco, Regiz Francisco!



Bacharel em Comunicação Social, com ênfase em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UNIFIEO e Pós-graduado em Pedagogia pelo Centro Paula Souza – FATEC


Regiz é um artista que luta em diversas frentes para ampliar a voz dos filhos da diáspora africana no Brasil. Suas obras falam integralmente de africanidades brasileiras, apontando imageticamente, a situação do negro em nosso país e as possibilidades que temos para um afro futuro potente e positivo.


Como palestrante Regiz busca levantar o diálogo entre crianças, jovens e adultos, trazendo dados e instigando a produção de uma arte que aponte para uma nova possibilidade de igualdade e reparação. Além disso, o artista atua como professor titular nas disciplinas de criação e arte no curso Técnico em Publicidade, na FIEB Barueri, onde levanta questões a respeito da negritude e diversidade na publicidade brasileira, apresentando um material didático com possibilidades estéticas para construção e criação de anúncios mais adequados à cultura brasileira.





1 - Como nasceu o interesse de Regiz pela arte?


Eu sempre fui um indivíduo curioso e interessado pelas artes. Acredito que por ter aptidão para o desenho desde muito cedo, meus pais e meus irmãos (sou o caçula de cinco filhos) procuraram me incentivar à praticar e a evoluir nesse campo. Além das artes visuais, minha família sempre procurou estimular qualquer desejo meu para novas práticas, como instrumentos musicais ou composição musical.



2 - Quais são suas referências e inspirações?


Me inspiro na arte de ser brasileiro. Com todas as delícias e dificuldades que essa origem me traz. Acredito que não exista no mundo, uma nação tão influenciada pela ancestralidade africana como o Brasil e esse fator criou aqui algo único: a beleza da brasilidade.

Ser um homem negro brasileiro, casado com outro homem negro e papai de uma menina negra, me coloca no centro dessa construção e desse novo momento que nosso país vive. E para construir a minha “versão” de brasilidade, me inspiro em artistas que vieram antes de mim, abrindo os caminhos para o estilo afro-brasileiro, como os irmãos Timóteo (João e Arthur) ou Abdias do Nascimento mas também me conecto ao que tem sido feito atualmente para promover a arte fora dos grandes circuitos de museus e galerias, como a street art brasileira, que para mim é a mais criativa e efervescente do mundo.




'Quem abriu os caminhos'




3 - Como é o seu processo criativo e quais materiais você utiliza?


Conhecer a cultura brasileira e as diversas expressões culturais das nações africanas que vieram para as Américas, sãos os principais pontos de estudo para a concepção da minha arte.



4 - Em suas obras estão presente a narrativa africana, valorizando um povo que foi escravizado. Poderia falar sobre essa cultura, e como foi a construção dessa identidade?


Gosto muito de apontar para uma africanidade que vai além do período da escravização e vejo que a minha missão como artista é retratar a beleza e a potência que o povo negro brasileiro tem e herdou das grandes nações africanas.


Fomos acostumados a ver a África como um continente devastado pelo colonialismo europeu estadunidense, porém as diversas nações e reinos que antecederam esse período foram palco de grandes revoluções da história. Minha meta é transparecer essa essência em minha vida e em minha arte.



'Filha da Diáspora'





5 - O mundo atual está marcado pela tecnologia, o que você acha de sua crescente influência na arte? Você utiliza a tecnologia em seus trabalhos?


A tecnologia está em todos os espaços sociais. Isso é um fato. E com a arte não seria diferente. Hoje, o artista visual precisa compreender que por mais passageira que seja uma tendência, como um app que cria retratos a partir de fotos ou uma rede social que conecta o artista aos seus apreciadores, a tecnologia na arte veio para ficar. No meu caso, além de artista plástico, sou publicitário e atuo no mercado em projetos de ilustração digital.


Acho que a tecnologia precisa ser um ajudador do artista, facilitando e ampliando a sua linguagem para que a mensagem alcance mais pessoas


6 - O que há de mais gratificante em ser artista?


Dialogar com as pessoas com aquilo que mais sei fazer. Com minha arte consigo alcançar pessoas de diferentes pensamentos e fazer com que reflitam ou repensem o lugar que a cultura afro-brasileira ocupa em suas mentes. Gosto de receber feedbacks de pessoas negras e não-negras dizendo que se reconheceram ou repensaram um conceito ou uma opinião por meio da minha arte.




7 - Fale de seus novos projetos.


Estou trabalhando em uma nova serie de quadros que irão apresentar personalidades negras brasileiras que foram invisibilizadas pela história. Minha meta é dar rosto à mulheres e homens que foram importantes para a construção do Brasil e de suas comunidades e que possam servir de inspiração para as novas gerações. Em minhas redes sociais já tenho alguns exemplos da série, como a obra que retrata a primeira mulher negra a escrever um livro no Brasil: Rosa Maria Egipcíaca.


Penso em fazer uma exposição em breve dessas obras.




'O Brasileiro'




'Olhar Ancestral'




'Fora Fome'




Sobre a UP Time Art Gallery:

Galeria de arte itinerante que reúne artistas do Brasil e de países da Europa para disseminar o que há de melhor no cenário da arte contemporânea. Fundada por Marisa Melo, a galeria de arte alcança mais de 30 países ao redor do mundo, isso porque ela funciona de forma itinerante desde o seu nascimento, apresentando mundialmente exposições 3D e exposições regionais e internacionais presenciais com um time de artistas distintos.


Nossos serviços:

Exposições virtuais, físicas nacionais e Internacionais, Feiras de Arte, Projetos, Catálogo de Arte, Construção de Portfólio, Pod Cast, Biografia, Textos Crítico, Assessoria de Imprensa, Entrevistas e Provocações.





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