Passaporte para a Imortalidade - Michelangelo
Arte é o espelho da nossa alma. Dorian Gray e Fausto retratam sonhos: beleza, prazer, sabedoria... Oscar Wilde e Goethe souberam captar nosso íntimo, retratar suas épocas e entraram para a História. Esse é o poder da folha, da partitura e da tela em branco. Elas não esperam apenas mais um texto, mais uma canção, mais um quadro. Diante delas, um inglês escreveu “Ser ou não ser”. Um alemão combinou quatro notas mágicas em sua 5ª. Sinfonia. E um italiano pintou um sorriso enigmático. Passaram-se os séculos. E Shakespeare, Beethoven e da Vinci seguem vivos e reverenciados. Nenhum deles planejou isso. Mas ao traduzirem suas almas em suas obras, conquistaram um passaporte para a imortalidade. Quando essa entrega acontece, o observador é conquistado. E aplaude um estilo, que buscará avidamente no próximo quadro. Até criar uma intimidade que lhe permita em segundos relacionar a obra ao autor.
Vamos conversar sobre alguns artistas e seus estilos inconfundíveis.
Hoje conosco, Michelangelo.

Nascido na região de Caprese em 1475, Michelangelo foi um artista à frente de seu tempo. Além de pintura, trabalhou também em arquitetura e poesia.
Entre 1488 e 1495 foi aprendiz em Florença, com Domenico Ghirlandaio, com quem desenvolveu habilidades de pintura a fresco, e com Bertoldo di Giovanni, com quem aprendeu a técnica de talha em pedra. O artista mostrava uma humanidade tão perfeita em sua arte que o mármore em suas mãos assumia um realismo sem precedentes.
Michelangelo se considerava um escultor, não um pintor. No entanto, a pintura do teto e da abóbada da Capela Sistina continua sendo um ícone da história da arte, pois sua riqueza de detalhes torna a pintura uma das mais famosas e admiradas do mundo.
O painel mais famoso e reproduzido repetidamente na Capela Sistina é o que retrata "A Criação de Adão". Uma das obras de arte mais reconhecidas do mundo, é um importante patrimônio, imbuído do simbolismo e da influência artística da época. A pintura pertence a um grupo de afrescos da Capela Sistina, no Vaticano.
Na pintura, as semelhanças nas posições e características de Deus e Adão representam uma passagem do livro de Gênesis: “Deus criou o homem à sua imagem e semelhança”. Transmite o racionalismo a Adão.
O afresco inteiro mede 13,75m x 39m e a “Criação de Adão” mede 280cm x 570cm. À obra está localizada no Palácio Apostólico da Cidade do Vaticano.
A Criação de Adão é apenas uma peça no teto da igreja, que apresenta as imagens de cerca de 300 outras figuras bíblicas, complementando e criando uma imutabilidade histórica ao longo da obra.
A composição da obra deve ser entendida em ordem cronológica com outras obras: a separação da luz e das trevas, o pecado original, a expulsão do Éden e o dilúvio. Existem outros retratos em torno dessas grandes obras, incluindo figuras de profetas e anjos católicos.
