O trabalho da UP Time Art Gallery é inspirar e fascinar através da Arte. Nossos artistas apresentam trabalhos que retratam nossas emoções, nossas causas, nossas vidas. O público sempre quer conhecer o artista por trás da obra. Quem é, como pensa? Que história de vida levou a esse trabalho?
Hoje conosco, Valéria Vecchi!
Valéria Vecchi, artista plástica, com uma carreira marcada pela maestria técnica e pela expressão emocional envolvente, Valéria nos convida a adentrar em seu universo artístico, onde formas e cores se entrelaçam para contar histórias profundas.
Valéria é formada pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, traz consigo um repertório de técnicas refinadas, que vão desde o óleo até o acrílico sobre tela. Seu percurso artístico é uma jornada que oscila entre a sutileza do abstrato e a liberdade do figurativo, com incursões frequentes no território do surrealismo.
Nesta entrevista, teremos o privilégio de explorar não apenas os aspectos técnicos e estéticos do trabalho de Valéria, mas também os significados subjacentes em suas obras, suas influências e sua visão para o futuro da arte.
1- Como você começou sua jornada artística? Houve alguma influência familiar ou evento particular que despertou seu interesse pela arte?
Na verdade, desenho desde os três anos de idade. No pré-primário, minha mãe comprava cartolinas para que eu ampliasse, à mão livre, personagens da Disney como Pinóquio, Pato Donald e Mickey. Meus trabalhos eram exibidos nos pilares do pátio da escola. Acredito que o talento para o desenho seja hereditário, pois meu pai também era um excelente desenhista. Eu adorava observá-lo criar, especialmente quando me ensinou técnicas de perspectiva com ponto de fuga. Meu avô, por sua vez, possuía uma caligrafia excepcional e se dedicava a escrever poemas e a criar vasos de ferro e cimento, decorados com cacos coloridos, que lembravam as obras de Gaudí. Ambos eram de descendência italiana. Meu outro avô, oriundo de Sevilha na Espanha, era sapateiro e confeccionava os próprios sapatos, demonstrando grande habilidade artesanal.
Portanto, minha família teve uma influência significativa na minha trajetória artística. Aos 16 anos, iniciei aulas de pintura com uma professora que me introduziu a algumas técnicas de pintura a óleo. Três meses depois, decidi seguir de maneira autodidata. Um tempo mais tarde, em uma visita a uma livraria, deparei-me com um livro de Salvador Dalí. Encantada com sua arte, comprei o livro e comecei a reproduzir suas pinturas, dando início à minha prática de criar réplicas.
2-Valéria, você poderia descrever seu processo criativo desde a concepção inicial de uma obra até sua finalização? Como você decide quais temas ou elementos incluir em suas pinturas?
As imagens surgem em minha mente de forma espontânea. Subitamente, sinto um ímpeto irresistível de desenhar e pintar. Diante de uma tela em branco, começo a aplicar as camadas, num processo que se assemelha ao de sobrepor folhas de papel. Primeiro, crio o fundo e, gradualmente, os desenhos e as cores começam a emergir dessa base. À medida que o trabalho evolui, mergulho na pintura, como se adentrasse o próprio quadro. Entro em um estado de transe completo e, ao finalizar, diante da obra concluída, me questiono admirada: Como consegui fazer isso?
Sem título - Painel 120 x 90 cm_acrílica sobre tela
3- Valéria, você poderia compartilhar conosco quais são suas principais inspirações e influências no desenvolvimento de suas pinturas?
Como mencionei anteriormente, minha principal inspiração vem do surrealismo, uma corrente que exerceu profunda influência sobre mim e minha abordagem artística. Para mim, a arte da pintura deve evocar emoções profundas, tocar a alma de quem a contempla, o que explica meu apreço e respeito por esse processo desde seus estágios iniciais. Além do surrealismo, nutro uma profunda admiração pelo impressionismo, pelo renascimento e pelo dadaísmo. Esses estilos, com suas características únicas e revolucionárias, sempre me fascinaram e guiaram parte do meu trabalho.
4- Durante sua temporada em Milão, você explorou novas técnicas artísticas. Poderia nos contar mais sobre essas técnicas e como elas transformaram a sua abordagem à pintura?
Durante minha estadia em Milão, tive a grata oportunidade de entrar em contato com dois renomados artistas que residiam na Itália naquela época, um em Milão e outro em Monza. Observar suas habilidades em ação foi uma verdadeira fonte de aprendizado para mim. Contudo, embora tenha absorvido valiosas lições durante esses encontros, não me senti compelida a seguir o estilo de pintura de nenhum deles. Em vez disso, minha verdadeira paixão era explorar os tesouros artísticos encontrados nos museus e igrejas da região.
Frequentar esses locais me permitiu mergulhar nas obras de mestres como Caravaggio, Michelangelo e Danti, entre muitos outros. Cada pintura se tornava um convite para uma jornada de descoberta, onde cada pincelada revelava uma história única. Perder-me na contemplação dessas obras de arte era uma experiência imersiva; eu podia passar horas diante de um quadro, parede ou teto, absorvendo cada detalhe e nuance.
Além disso, uma das experiências mais enriquecedoras foi minha frequência à Bienal de Veneza. Nesse evento, tive a oportunidade de explorar uma infinidade de novos artistas, cada um com sua própria visão e técnicas distintas. Essas exposições proporcionaram um panorama diversificado e inspirador do cenário artístico contemporâneo, ampliando ainda mais minha compreensão e apreciação das diversas expressões artísticas.
Sem título - Acrílica sobre tela_40 x 50 cm
5- Quais são os maiores desafios técnicos que você enfrenta ao criar suas obras e como você os supera?
Para mim, os desafios são sempre bem-vindos, o que explica minha predileção por criar réplicas. Essa prática me atrai particularmente porque me permite abordar pinturas que são tecnicamente desafiadoras. Ao replicar obras complexas, mergulho profundamente no estudo das misturas de cores e das texturas, elementos cruciais para o domínio do ofício da pintura.
Cada réplica é uma oportunidade de aprimoramento técnico. Ao enfrentar esses desafios, não apenas aperfeiçoo minhas habilidades, mas também expando meu conhecimento sobre os métodos e estilos dos grandes mestres da arte. Este processo rigoroso de aprendizado é fundamental, pois quando retorno à criação de minhas próprias obras, encontro-as surpreendentemente mais acessíveis. As técnicas complexas que antes pareciam inatingíveis, agora são parte integrante de meu repertório, permitindo-me abordar meus projetos pessoais com maior confiança e facilidade.
Assim, esse constante enfrentamento de desafios não só enriquece minha experiência como artista, mas também me proporciona uma base sólida que eleva o nível das minhas criações originais. Por isso, valorizo tanto a prática de replicar obras difíceis — ela é essencial para o meu crescimento contínuo e para a evolução da minha expressão artística.
6- A hbilidade de criar réplicas é rara e notável. Como você vê a importância de recriar obras de mestres famosos na sua própria prática artística e no aprendizado de novos artistas?
Considero essencial que um artista se dedique ao estudo e à prática da história da arte, pois é através desse processo que adquirimos as mais variadas técnicas. Eu já pintei quadros tanto da era do renascimento até a Pop Art e Arte Moderna. Do acadêmico ao abstrato. Quando me refiro à criação de réplicas, estou falando de obras verdadeiramente desenhadas, ampliadas e pintadas à mão livre, o que as torna únicas e impossíveis de serem exatamente reproduzidas mais de uma vez. Importante frisar que essas réplicas não são meras fotografias coloridas impressas em canvas, sobre as quais se pinta posteriormente com tinta a óleo ou acrílica. São, de fato, pinturas executadas, nas quais me esforço para alcançar o mais alto grau de perfeição possível. Cada obra é um compromisso com a fidelidade às técnicas tradicionais da pintura.
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Sem título - Acrílica sobre tela_ 40 x 50 cm
7- Você é certificada em inteligência emocional. Como essa certificação impacta seu processo criativo e a maneira como você espera que o público receba suas obras?
A inteligência emocional desempenha um papel fundamental na manutenção do equilíbrio da minha mente. Em momentos de tristeza ou angústia, faço um esforço consciente para alterar meus pensamentos, pois prefiro não refletir em minhas pinturas o lado mais pesado das emoções. Esforço-me para evitar que minhas obras transmitam qualquer sensação que possa ser percebida como agressiva pelo observador. Para mim, a arte deve ser uma experiência leve e bela, que transmita sentimentos positivos e toque as pessoas de maneira profunda e significativa.
A inteligência emocional nos ensina a navegar por toda a gama de nossos sentimentos, desde os mais desafiadores até os mais gratificantes. Optei por canalizar e representar os sentimentos mais elevados e positivos em minha arte. Ao pintar essas emoções mais nobres, não apenas enriqueço minha própria experiência criativa, mas também ofereço ao público uma expressão artística que eleva, inspira e emociona.
8- Quais são seus projetos futuros ou aspirações na arte?
Estou contemplando a ideia de criar grandes telas, com pinturas que emanam diretamente da essência do meu ser. Desejo produzir obras belas que não apenas emocionem, mas que também permaneçam na memória dos observadores. Aspiro a criar algo memorável, que seja digno de ser lembrado e apreciado por gerações.
"Sonhos" - Óleo sobre tela_40x60 cm
Saiba mais sobre Valéria Vecchi:
Instagram: @vecchivaleria_
"Cadeira" - Acrílica sobre tela_ 60x40 cm
"Mulheres" - 120x90 cm_acrílica sobre tela
Sobre a UP Time Art Gallery:
A UP Time Art Gallery é uma galeria de arte com uma missão clara: difundir, democratizar e fomentar a arte contemporânea. Com uma presença global que se estende por 30 países, a galeria é conhecida por sua dedicação em promover a arte de maneira abrangente e inovadora. Seu compromisso com a arte acontece através de exposições presenciais internacionais e projetos realizados em seus espaços em São Paulo.
A galeria vai além da exposição de obras de arte; busca ativamente inspirar mentes e contribuir para o desenvolvimento da consciência artística e social. Ela serve como um espaço de expressão que não apenas celebra a criatividade, mas também aborda questões locais e globais.
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