Julia Dalcastagné
Julia Dalcastagné, natural de Florianópolis, emerge como uma artista plástica cujo trabalho reflete a influência da cultura de cartoons, animes, super-heróis, desenhos animados e gibis, fundamentais em sua infância durante uma época saturada por essas expressões artísticas.
Desde os primeiros anos, J. Dalcastagné revelou uma atração pela estética sombria e, ao mesmo tempo, colorida, enriquecida por um humor peculiar. Essa paixão pelo humor foi aprimorada durante sua estadia em Londres aos 12 anos, onde teve contato com o humor áspero e sarcástico inglês, elementos que deixaram uma marca indelével em sua obra.
Ao retornar ao Brasil, ingressou na faculdade de Artes Visuais na Universidade Estadual de Santa Catarina, onde começou a forjar uma poética e estética visual mais robustas. Posteriormente, aprimorou suas habilidades na Scuola Mohole em Milão, na Itália, através de um curso de especialização em ilustração e desenho em quadrinho, complementado por estudos extras em caligrafia, criação de roteiros e modelagem em polymer clay.
Em 2017, colaborou com a escola de inglês "Secret Garden", realizando a pintura de um mural, reacendendo seu interesse pela pintura e incentivando-a a retomar a produção de quadros.
No processo criativo, a música, os livros e os filmes desempenham papéis essenciais, influenciando não apenas a criação em si, mas também os títulos das obras. Esses títulos, frequentemente extraídos de músicas ouvidas durante a concepção, amplificam a expressividade e a evolução do pensamento criativo, estendendo-se também a livros e filmes.
Esteticamente, as obras de Julia Dalcastagné incorporam marcantes elementos de ilustração, linhas que contornam formas, e cores vibrantes em contraste com o uso frequente do preto. Os rostos exibem traços exagerados, especialmente nos olhos, destacando-se pelo tratamento semi-realista. Essa abordagem visa manter uma ponte com a realidade, enquanto ao redor, sensações e ilusões visuais sugerem uma compreensão mais profunda do ser humano. A intenção é proporcionar ao espectador um olhar realista e crítico para situações muitas vezes negligenciadas, transformando-as em ilustrações que educam, refletem e servem como um diário para o autoconhecimento.