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Entrevista com a artista visual Gabrielly Paz

Atualizado: 20 de fev.

O trabalho da UP Time Art Gallery é inspirar e fascinar através da Arte. Nossos artistas apresentam trabalhos que retratam nossas emoções, nossas causas, nossas vidas. O público sempre quer conhecer o artista por trás da obra. Quem é, como pensa? Que história de vida levou a esse trabalho?


Hoje conosco, Gabrielly Paz!






Gabrielly Paz é uma artista visual, formada pela Universidade de Passo Fundo. Nasceu e cresceu no interior do Rio Grande do Sul. Desde a infância, teve contato com a natureza e a arte, que hoje resultam em grande parte de seu trabalho artístico.




1- Como e quando nasceu seu interesse pela arte?


Acredito que meu interesse pela arte veio aos poucos. tive muito contato com a natureza em minha infância, gostava de brincar com sementes e raízes de árvores, amava criar objetos escultóricos com esses elementos.

Tenho muitas memórias de atividades artísticas ministradas nas escolas em que frequentei, uma delas, que marcou muita minha infância, foi com minha professora Rozane Suzart, que mantenho contato até hoje. Ela trabalhava com o processo criativo, e exploração de multimídia, era muito divertido criar personagens e fazer histórias com diversos materiais. Com isso, a prática artística foi se tornando comum em meu cotidiano escolar.

No ensino médio, eu vendia trabalhos (temas de casa) de arte para meus colegas, com releituras de artistas e desenhos. E quando chegou me último ano e era a hora de prestar o vestibular, já estava ciente que seguiria na área das artes, embora tive muita vontade de cursar biologia, que hoje é muito presente em meus trabalhos.



2- Quais são suas referências e inspirações para compor a sua arte?


Sempre representei o meu cotidiano em minhas artes, desde criança, pode-se observar que eu desenhava aquilo que passava, aquilo que vivenciava. Hoje não é muito diferente, percebi que sempre fiz muitos autorretratos, porém com o tempo vim a explorar outros elementos que começaram a acompanhar a minha trajetória artística. São eles: Elementos da natureza, elementos surrealistas, e também algumas artes com críticas sociais.

Um hábito que tenho, que acredito que me ajudou a ter um olhar mais aprofundado e também uma vivência artística maior é: pesquisar sobre outros artistas, ler e se possível ver de perto obras que me inspiram. Quem me conhece sabe que em todas as viagens que faço, vou no máximo de museus e galerias que posso, uma das minhas primeiras realizações pessoais foi ver a Moema de Victor Meirelles de perto, aqui no Brasil mesmo, e depois, outras obras, como a liberdade guiando o povo, de Eugène Delacroix, no Museu do Louvre, as Ninféias de Monet no musée de l'orangerie e também seus próprios jardins em Giverny. E após estar bem inspirada eu gosto de fazer releituras das obras para desenvolver minhas técnicas de pintura e desenho. Conhecer lugares históricos também costuma me inspirar bastante. Quando vi pela primeira vez o pelourinho, em Salvador, fiquei bem emocionada, acabei fazendo uma intervenção artística com um artista local.





Amapola 2 - Aquarela sobre papel 27x35cm / 2021




3- Quais são os desafios que você vivencia em sua carreira?


Acredito que os maiores desafios são no começo da carreira; como conseguir conciliar o seu trabalho com sua prática artística. Lembro que foi bem difícil quando fiquei adulta, ter 18 anos, trabalhar em dois lugares para pagar a faculdade, eu só tinha o domingo livre para passar um tempo com a família, mas fazia todos os trabalhos da faculdade e pintava, as vezes ficava entre 5 e 10 horas pintando em meu único dia livre, naquela época era realmente muito difícil. Mais tarde, trabalhando somente como professora de artes consegui ter mais tempo para dedicar à minha arte, porém outro desafio foi saber como traçar e planejar a minha carreira artística, pois mesmo tendo a formação na área, o campo artístico é bem abrangente e por mais que pareça fácil ser artista, não é. Não é só pintar para ter uma empresa e seguir nessa área, tem muita burocracia e estratégia que dificulta o processo.



4- O contato com a arte mudou a sua forma de ver a vida?


Com certeza, antigamente, eu fazia arte para poder me expressar, colocar no papel aquilo que eu não conseguia colocar para fora. Mas com o passar dos anos, eu sinto que tenho vivido arte, pois ela está em todos os lugares, é quase que uma obsessão. Trabalho com arte, e após o trabalho, pesquiso sobre arte, no meu tempo livre, vou a museus e galerias. Então a arte me mudou e hoje eu vivo por ela.

Em um texto que fiz para o livro 150 Frases de artistas, da Bianca Chromiec, digo que:


"Não seria exagerado dizer que a melhor forma de falar de mim é por meio do pincel e das tintas. Afinal de contas, a minha vida é permeada pela arte desde sempre. Toda a expressão das minhas mais anônimas verdades e dos meus segredos mais íntimos sempre encontrou caminho no traço, na cor, na pulsação de um desenho, uma tela.

Ao amadurecer, o caminho se estreita e nos faz refletir. A mim coube a missão de dar àquela vazão criativa um sentido. E a arte, que sempre esteve à espreita, ocupando as esquinas de minha existência, apontou-me, mais uma vez, a direção correta. Tornei-me de corpo e alma dedicada a ela. Agora sou profissional, pessoal e humanamente ligada ao fazer artístico.

Gosto de pensar que a arte foi uma das primeiras coisas que nos diferenciou dos demais animais. Não era uma necessidade biológica, mas ainda assim tínhamos tempo de representar através dela nosso cotidiano, emoções e aspirações. Assim, vejo-a como um reflexo do ser humano, andando de mãos dadas com a nossa história até os dias de hoje.

A vida é, fatalmente, algo um pouco sem sentido, um caos. A vontade de viver e de se reinventar a cada dia, porém, é a ordem que faz tudo valer a pena. Os erros geram o aprendizado e a experiência, apontam soluções, transformando nossa história em criação.

Diante da perspectiva desse movimento caótico, sigo inventando novas formas de explorar o âmago das sensações, a barbárie e o maravilhamento. Crescendo como mulher sonhadora que sempre fui, curiosa como nunca. O que será desse futuro que se desvela a cada instante e descortina diante de nossos olhos novos contextos de ideias, sentimentos e forma de vida? Não sei. A minha resposta certamente estará, outra vez, na ponta de um lápis. A arte, como sempre, falará por mim."

(PAZ, Gabrielly Ribeiro; 2022)






Amapola 3 - Aquarela sobre papel 27x35cm / 2021




5- Qual mensagem está por trás do seu trabalho?


Acredito que é dividida em duas partes, a natureza com sua suavidade, onde coloco cenas irreais, buscando mostrar a grandeza de nosso país, com a esperança que o expectador também a perceba.

A outra parte é a das críticas sociais, onde através de cenas, muitas vezes cômicas ou também chocantes, expresso revoltas e frustrações da sociedade.



6- O que há de mais gratificante em ser artista?


No meu ver, o conceito de transformação é uma das coisas mais gratificantes, porque eu amo a experiência do fazer artístico, de pegar uma tela em branco e dedicar mais de 50 horas em cima dela, para criar uma obra, única, cheia de significados e detalhes. E perceber a evolução das técnicas, dos conceitos e apologias de cada obra no decorrer de minha jornada é sensacional.

Outra parte muito gratificante é a inspiração que gera nas pessoas. Eu como professora, ver meus alunos inspirados pela arte, pela minha arte, enche meu coração de alegria. Ver uma criança inspirada pelo seu trabalho não tem preço. Mas, também tenho alunos adultos, e quando você percebe que eles também te admiram e se inspiram com o seu trabalho, que vão para faculdade de artes graças a você, isso é muito gratificante.






Amapola 4 - Aquarela sobre papel 27x35cm / 2021



7- Fale de seus novos projetos


Em maio deste ano visitei o caribe, em Santo Domingo, República Dominicana, foi uma viagem incrível e que recomendo. Fiz várias coisas lá, comi os pratos locais, fui em praias com águas cristalinas, cavernas e cenotes, mas passei a maior parte do tempo na zona colonial, que foi a primeira cidade de todo o continente americano.

Durante o tempo lá, eu fui em várias galerias e museus como Alcazar de Colombo, Casas Reales, uma exposição imersiva de um dos maiores surrealistas da atualidade Tovar, e iniciei uma colaboração com a galeria Quinta Dominica, para uma residência artística que estarei realizando entre outubro e novembro de 2023. A exposição será chamada de “Ponta a Ponta”, onde estarei mostrando as diferenças e similaridades entre nossas culturas, as inspirações que tive com as cores, formas e texturas, das pedras de corais, das casas antigas e das pessoas de lá. Farão parte dessa coleção, quinze obras na técnica de óleo sobre tela, e estou muito ansiosa por esse novo passo em minha carreira.



Saiba mais:

Instagram: @gabriellypazart

www.gabriellypaz.com




Sobre a UP Time Art Gallery:

Galeria de arte itinerante que reúne artistas do Brasil e de países da Europa para disseminar o que há de melhor no cenário da arte contemporânea. Fundada por Marisa Melo, a galeria de arte alcança mais de 30 países ao redor do mundo, isso porque ela funciona em formato digital desde o seu nascimento, apresentando mundialmente exposições 3D e exposições regionais presenciais com um time de artistas distintos.




Nossos serviços:


Exposições virtuais, físicas nacionais e Internacionais, Feiras de Arte, Projetos, Catálogo do Artista, Consultoria para Artistas, Coaching, Construção de Portfólio, Posicionamento Digital, Branding, Marketing Digital, Pod Cast, Criação de Conteúdo, Identidade Visual, Biografia, Textos Crítico, Assessoria de Imprensa, Entrevistas e Provocações.





Duality - Acrílica sobre tela 40x30cm / 2019







Amapola 1 - Aquarela sobre papel 27x35cm / 2021




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