O trabalho da UP Time Art Gallery é inspirar e fascinar através da Arte. Nossos artistas apresentam trabalhos que retratam nossas emoções, nossas causas, nossas vidas. O público sempre quer conhecer o artista por trás da obra. Quem é, como pensa? Que história de vida levou a esse trabalho?
Hoje conversamos com a artista visual Jessica Diskin.
Jessica nos traz, em cada imagem, mensagens que revelam os erros e acertos da sociedade. Num retrato elaborado pela óptica feminina, suas colagens servem de instrumento à crítica social e questionam o consumismo, o preconceito e a violência.
Sua arte cumpre o compromisso de promover a conscientização do observador.
Nesta entrevista, Jessica nos conta sobre sua jornada da Arquitetura à Arte, e compartilha sua visão pessoal deste mundo em constante mudança.
Como você entrou para o mundo da Arte? Antes de iniciar a carreira como artista visual, você se formou em Arquitetura. O que a levou às Artes Visuais?
Eu me formei em Arquitetura e Urbanismo pela FAAP. No meio do curso fui fazer um semestre de artes e arquitetura na UAB em Barcelona. Quando me formei, trabalhei durante 3 anos com a minha mãe, que é arquiteta. Sempre gostei do lado do design de interiores, mas ainda não estava 100% feliz com aquilo. Comecei um curso de três anos de Artes Plásticas na Escola Panamericana, e depois de um ano levando a arquitetura e as artes plásticas, resolvi que era hora de me dedicar ao que eu realmente gostava. Deixei a arquitetura um pouco de lado, e comecei a fazer quadros, peças de acrílico, personalização de bolsas... Participei de vários eventos, algumas exposições. Até que vi que realmente estava dando certo, e além de mim, as outras pessoas gostavam muito do meu trabalho! Decidi abrir o Ateliê JD, há exatamente um ano, em 2019, e é onde eu penso, produzo, uso minha criatividade, e passo a maior parte dos dias da semana e alguns dos finais de semana. Se eu pudesse definir um ponto onde minha carreira como artista começou, foi com a inauguração do ateliê. De lá para cá as coisas vêm crescendo cada dia mais.
Qual sua fonte de inspiração?
Eu busco inspiração em tudo que vejo. Viagens, sebos, vitrines, revistas de moda, jornal, noticias, embalagens de produtos, novos e antigos. Na minha série “Do Luxo ao Lixo”, dá para ver bem essa fonte de inspiração! Eu não deixo ninguém jogar nada fora, se vejo amigos jogando garrafas de cerveja fora, já corro para pegar o rótulo, se alguém viaja já sabe que o melhor presente para me trazer é uma mala de jornais, revistas, caixas de cigarro do país, embalagens, sacolas de marca, etc. Um quadro muito especial que eu fiz, foi agora na quarentena, na “febre” do quebra-cabeça. Passei dias e dias montando um quebra-cabeça de duas mil peças. Na hora em que, enfim acabou, eu pensei: agora vou desmontar tudo para fazer virar uma arte.
Quais Artistas influenciam sua Arte?
Pensando em artistas mais antigos, com certeza os que me influenciaram muito no começo foram o Jackson Pollock e o Picasso. Pollock pelo modo de “jogar” as tintas, e o Picasso com o Cubismo, deformando a realidade, que é o que eu faço com as minhas colagens. Além deles, não posso deixar de citar Andy Warhol, Banksy e Damien Hirst.
Como desenvolveu e definiu o seu estilo?
Durante o curso de Artes Plásticas, aprendemos todas as técnicas de pintura, como nus, tinta a óleo, tinta acrílica, natureza morta... Em algum período de férias na Panamericana eles forneciam para os alunos cursos de um dia de diversos temas e um dia fui fazer o de colagens. Desde então nunca mais parei. Cada vez uma técnica, uso de diversos materiais, mas sempre colagens. Todos os meus quadros possuem colagens, jornal e o que eu acho mais lindo da colagem: a mistura. Então gosto de deixar rasgos aparentes, uma coisa menos pintada que a outra, sobrepostas, várias camadas, misturar noticias que saíram hoje nos jornais com revistas super antigas.
5.Que desafios você encontra em ser artista? Você acha que o Artista tem um papel importante na sociedade?
O primeiro desafio é se encontrar. Encontrar a técnica que você domina, que gosta de fazer e do que está produzindo. Depois, disso, acho que o maior desafio em ser artista, principalmente no Brasil, é o mercado. O Brasil não é um país onde a arte é valorizada como em países da Europa, por exemplo. Mas acredito que isso está mudando. O mundo está mudando, e muitos novos artistas brasileiros estão sendo reconhecidos aqui e no exterior. Acredito que isso só tende a crescer. Hoje em dia, com os diversos eventos, exposições e galerias, a arte vem crescendo e se tornando cada vez mais importante na sociedade. A arte agora é para todos, não só para um colecionador, como era antigamente.
Fale sobre a Mostra “Do Luxo ao Lixo”.
A minha série “Do Luxo ao Lixo”, é a mais importante para mim. Acho que foi ela que me fez crescer como artista e entender no que eu sou boa. Ela mostra o mundo nos dias de hoje, os vícios, a politica, o feminismo e machismo, a sexualidade , o luxo, as diferenças sociais, as religiões, a diversão ... tudo misturado com muita cor, materiais diferentes e humor. O que é luxo e o que é lixo? Essa é a pergunta que me inspirou a desenvolver essa série. É uma pergunta que simplesmente não tem uma resposta certa, e é isso que eu tento passar para o público na minha arte.
Qual obra sua você destacaria como um marco em sua vida?
Existem duas obras que marcaram minha vida. A primeira delas é o quadro House of Cards, 78 cartas de baralho, feitas uma a uma com colagens de diversas revistas, livros, jornais. Todas as cartas são diferentes e únicas. Ela se tornou um marco para mim porque foi uma das primeiras obras com colagens que eu fiz, precisou de muita criatividade e paciência, e o resultado final foi surpreendente, eu fiquei apaixonada e pensei, “eu realmente sou boa nisso” rsrsrs. Outra obra que representou um grande marco em minha vida, foi a obra Past Masters. Ela é feita com o quebra-cabeça de duas mil peças dos Beatles, que fiz durante a quarentena. Além de ser uma obra linda, acho que ela vai ficar marcada para sempre pelo fato de ter sido criada a partir de um passatempo que tive durante esse ano tão difícil que está sendo 2020 para todos. Eu olho para ela e só consigo pensar o quanto a letra da música “Imagine”, do John Lennon, faz sentido nesse momento. Não só nesse momento mas na vida toda. Começo a pensar em todas diferenças sociais, políticas, religiosas, num momento em que o mundo comprovou uma vez mais que é um só e que somos todos iguais.
Qual sua mensagem para quem quer iniciar a carreira de Artista?
Não desista! Se é o que você realmente quer, vá atrás, procure pessoas que possam lhe ajudar e apoiar , explore a sua criatividade. Como qualquer profissão, é muito difícil no começo, principalmente no Brasil, onde os artistas não são muito valorizados. Alguns podem não saber disso, mas todos artistas sabem que a arte esta em TODOS lugares. Sem a arte, a vida não faria sentido.
Saiba mais sobre Jessica Diskin:
Instagram: @jessica.diskin
Jessica Diskin
UP Time Art Gallery's job is to inspire and fascinate through Art. Our artists create works that portray our emotions, our causes, our lives. The public always wants to know who is behind the work. Who is the artist? What does he think? What life story led to the work?
Today we talk to visual artist Jessica Diskin.
Jessica brings us, in each image, messages that portray society's mistakes and successes. In a portrait elaborated by the female perspective, her collages serve as an instrument for social criticism and question consumerism, prejudice and violence.
His art fulfills the commitment to promote the observer's awareness.
In this interview, Jessica tells us about the journey from Architecture to Art, and shares her personal vision of this constantly changing world.
Jessica brings us, in each image, messages that reveal society's mistakes and successes. In a portrait elaborated by the female perspective, her collages serve as an instrument for social criticism and question consumerism, prejudice and violence.
Her art fulfills the commitment to improve observer’s consciousness.
In this interview, Jessica tells us about her journey from Architecture to Art, and shares her personal vision of this constantly changing world.
How did you get into the art world? Before starting your career as a visual artist, you graduated in Architecture. What led you to Visual Arts?
I graduated in Architecture and Urbanism from FAAP. In the middle of the course I went for a semester of arts and architecture at UAB in Barcelona. When I graduated, I worked for 3 years with my mother, who is an architect. I always liked the interior design side, but I still wasn't 100% happy about it. I started a three-year course in Fine Arts at Escola Panamericana, and after a year of architecture and fine arts, I decided it was time to dedicate myself to what I really liked. I left architecture a little aside, and started making paintings, acrylic pieces, personalizing bags... I took part in several events, some exhibitions. Until I saw that it was really working, and other people really liked my work! I decided to open Ateliê JD, exactly one year ago, in 2019, and that's where I think, produce, use my creativity, and spend most days of the week and some of the weekends. If I could define a point where my career as an artist began, it was with the opening of the studio. Since then things have been growing more and more every day.
What is your source of inspiration?
I seek inspiration in everything I see. Travels, bookstores, shop windows, fashion magazines, newspapers, new and old product packaging. In my series “From Luxury to Garbage”, you can really see this source of inspiration! I don't let anyone throw anything away, if I see friends throwing beer bottles away, I run to get the label, if someone travels they already know that the best gift to bring me is a suitcase of newspapers, magazines, cigarette boxes from that country, packaging, branded bags, etc. A very special painting that I did, was now in quarantine, in the puzzle “fever”. I spent days and days putting together a two-thousand-piece puzzle. When it finally ended, I thought: now I'm going to dismantle everything to make it an art.
Which Artists influence your Art?
Thinking of classic artists, certainly those who influenced me a lot in the beginning were Jackson Pollock and Picasso. Pollock by the way of "throwing" the paints, and Picasso with Cubism, deforming reality, which is what I do with my collages. In addition to them, I must mention Andy Warhol, Banksy and Damien Hirst.
How did you develop and define your style?
At Plastic Arts course, we learn all the painting techniques, such as nudes, oil paint, acrylic paint, still life ... In some vacation at Panamericana they provided students with day courses on different subjects and one day I started with collages. Since then I never stopped. Each time a technique, different materials, but always collages. All of my paintings have collages, newspapers and what I like the most about the collage: the mixture. So I like to leave apparent features, a part less painted than the other, overlapping, several layers, mixing news that came out in the newspapers today with super old magazines.
What challenges do you find in being an artist? Do you think the Artist has an important role in society?
The first challenge is to find yourself. Find the technique that you have mastered, that you enjoy doing and enjoy what you are producing. After that, I think the biggest challenge in being an artist, especially in Brazil, is the market. Brazil is not a country where art is valued as in countries in Europe, for example. But I believe that this is changing. The world is changing, and many new Brazilian artists are being recognized here and abroad. I believe that this only tends to grow. Nowadays, with the various events, exhibitions and galleries, art has been growing and becoming increasingly important in society. Art is now for everyone, not just for collectors, as it used to be.
Talk about “From Luxury to Garbage” exhibition.
My series "From Luxury to Garbage", is the most important for me. I think it made me grow as an artist and understand what I'm good at. It shows the world today, addictions, politics, feminism and sexism, sexuality, luxury, social differences, religions, fun ... all mixed with lots of color, different materials and humor. What is luxury and what is garbage? That's the question that inspired me to develop this series. It's a question that doesn't have a right answer, and that's what I try to convey to the public in my art.
Which of your works would you highlight as a milestone in your life?
There are two works that have marked my life. The first of these is the House of Cards board, 78 playing cards, made one by one with collages from various magazines, books, newspapers. All cards are different and unique. It became a milestone for me because it was one of the first works with collages that I did, it needed a lot of creativity and patience, and the end result was surprising, I fell in love and thought, "I'm really good at it" (laughter). Another work that represented a great milestone in my life, was “Past Masters”. It is made with a two-thousand-pieces puzzle of the Beatles, which I did during the quarantine. In addition to being a beautiful work, I think it will be marked forever by the fact that it was created out of a hobby that I had during this difficult year that 2020 is being for everyone. I look at it and I can only think how much the lyrics of “Imagine”, by John Lennon, make sense at this moment. Not only at this moment, but throughout our lives. I think about all social, political and religious differences, at a time when the world has once again proved that it is one and that we are all the same.
What is your message for those who want to start an artist career?
Don’tgive up! If that's what you really want, go after it, look for people who can help and support you, explore your creativity. Like any profession, it is very difficult in the beginning, especially in Brazil, where artists are not highly valued. Some may not know this, but all artists know that art is EVERYWHERE.
Without art, life would not make sense.
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