top of page

Reflexos da Alma: A Jornada Fotográfica de Gane Coloda

Atualizado: 17 de abr.

O trabalho da UP Time Art Gallery é inspirar e fascinar através da Arte. Nossos artistas apresentam trabalhos que retratam nossas emoções, nossas causas, nossas vidas. O público sempre quer conhecer o artista por trás da obra. Quem é, como pensa? Que história de vida levou a esse trabalho?

Hoje conosco, Gane Coloda!






Conheça Gane Coloda, uma talentosa fotógrafa que transforma momentos cotidianos em obras de arte. Originária de Flores da Cunda, Rio Grande do Sul, Gane cultivou sua paixão pela fotografia desde a adolescência, explorando as nuances da vida através da lente da sua câmera. Sua jornada começou ao entrevistar pessoas da vizinhança e expressar sua criatividade por meio de imagens, uma busca incessante pela essência humana capturada em cada clique. Com formação em Publicidade e Propaganda, Gane aprimorou suas habilidades técnicas e estéticas, mergulhando ainda mais fundo no mundo da fotografia. Sua abordagem única e sensível a tornou reconhecida por suas fotografias envolventes, que transmitem emoção e contam histórias. Atualmente, Gane continua a explorar novas perspectivas e a experimentar diferentes estilos, sempre em busca da próxima grande imagem que irá cativar o espectador. Convido você a mergulhar no fascinante universo de Gane Coloda, onde cada fotografia é uma janela para o mundo e uma reflexão sobre a vida.






Qual foi sua maior influência ao entrar no mundo da fotografia e como isso moldou seu estilo e abordagem ao longo dos anos?


A minha maior influência ao adentrar no universo da fotografia foi a busca pela liberdade de expressão através da criatividade, o desejo de dar vida ao subjetivo e explorar o desconhecido. Desde o início, admirei artistas que se expressavam através de diferentes vertentes, desde a fotografia documental até o lifestyle. Por exemplo, a fotógrafa Annie Leibovitz foi uma inspiração significativa no começo de sua jornada.


Contudo, ao longo dos anos, percebi que precisava me adaptar em diversos momentos. Como artista, sentir-se limitado pode ser sufocante. Encontrei a necessidade de buscar formas de criar projetos autorais, explorando a pluralidade da criatividade. Acredito que a arte é uma expressão livre que deve ser cultivada e nutrida.


A arte representa uma expressão verdadeiramente grandiosa para mim. Ela não apenas é uma parte intrínseca do meu ser, mas também é uma maneira de me conectar plenamente com a vida e com o mundo ao meu redor. Fotografar me permite mergulhar em um lugar mais profundo dentro de mim mesma, fazendo-me esquecer o tempo e permanecer totalmente presente. Observar e capturar a beleza que me cerca - seja na simplicidade do cotidiano, na singularidade de cada indivíduo ou na abstração do invisível - é uma fonte inesgotável de inspiração e significado.




Muitos de seus trabalhos exploram temas como identidade, cultura e natureza. Como você escolhe seus temas e qual é o processo criativo por trás de suas séries fotográficas?


É difícil expressar em palavras o que sinto ou como vejo o mundo. Uma frase de um fotógrafo que ecoa em mim é: "Não sei o que procuro, mas sei quando encontro". Para mim, a curiosidade em explorar este universo é um chamado do coração. Existem situações, detalhes, olhares, lugares e cenas que me cativam de maneira inexplicável, ressoando em um lugar profundo dentro de mim.


Acredito que minha busca pela profundidade da vida, pela verdade e pela essência, é uma busca pela minha própria identidade e conexão com o mundo ao meu redor. Observo o movimento do tempo, a história por trás do que é percebido e a simplicidade do que é verdadeiramente real. Para mim, cada imagem capturada é uma tentativa de encontrar sentido, significado e até mesmo o divino em todas as suas formas.

No processo criativo, busco dar voz à minha visão abstrata do mundo, traduzindo o intangível em luz, cores, formas, texturas e expressões. É uma tentativa de capturar o que é essencialmente indescritível.




Marrocos 2 - Cinema Casablanca




Algumas de suas fotografias apresentam composições complexas e técnicas avançadas. Quais são os maiores desafios técnicos que você enfrenta ao criar essas imagens e como você os supera?


Acredito que estamos constantemente em aprendizado, pois é através de nossa própria transformação e evolução que moldamos nossa visão da vida, compreendemos quem somos e absorvemos as nuances do mundo ao nosso redor. Essa jornada de crescimento pessoal, se reflete de maneira intrínseca em nosso trabalho e em nossas criações.


Com o passar dos anos, tenho percebido que a expressão que imprimo nas minhas imagens se tornou intuitiva. Carrego um encantamento por compor a cena, a história, os assuntos, em ver o quadro sendo preenchido, o deslumbramento de tudo se encaixar, da simetria das formas, do enquadramento que conseguimos moldar através da estética, do jogo de formas, linhas, texturas, cores, sombra e luz. De encontrar fragmentos de ordem em meio ao caos, um respiro, de ver equilíbrio. Além de dominar a técnica, aprendi a valorizar a expressão da luz natural, reconhecendo sua magnificência, e também compreendendo a importância de parar e simplesmente observar, de contemplar o que está diante de nós.


Durante o processo de criação, especialmente ao trabalhar com temas abstratos, sinto-me imersa em um mundo à parte, transcendendo as limitações do tempo. No âmbito documental, busco estabelecer uma conexão profunda com aquilo que estou tentando capturar, sabendo que é necessário dedicar tempo e atenção para verdadeiramente compreender e traduzir a essência do que vejo.


Embora às vezes seja desafiador não conseguir reproduzir fielmente aquilo que visualizo ou imagino, a maior parte do tempo sinto uma fluidez natural no processo criativo. Existe um momento de reconhecimento interno, uma sensação de conexão com o objeto ou cena que estou tentando expressar. É nesse momento que sei que devo agir, reproduzindo aquilo que senti intuitivamente.


Lembro-me das palavras do meu primeiro professor de fotografia, que me dizia que com o tempo tudo se tornaria intuitivo. Naquela época, duvidei dessa afirmação, mas ao me aperfeiçoar e superar desafios ao longo do caminho, percebi que ele estava certo. Olhando para trás, percebo que o trajeto que minha fotografia percorreu é familiar para mim, uma construção que remonta à minha infância, com experiências como o contato com uma filmadora em casa, passando pela absorção de influências de filmes, biografias e pela conexão com a natureza, até a formação em publicidade, que contribuiu para minha compreensão do processo criativo como um todo.






Marrocos - Valedo Dades



Marrocos - Deserto do Sara





Suas fotografias muitas vezes parecem capturar momentos íntimos e autênticos. Como você estabelece essa conexão com seus sujeitos e qual é o papel da confiança na relação fotógrafo-sujeito?


A confiança desempenha um papel fundamental em qualquer relação. É ela que permite uma entrega verdadeira e autêntica. Essa troca de confiança é essencial para ambas as partes envolvidas. O olhar pode transmitir tanto quanto a escuta. É necessário cultivar sensibilidade, empatia e respeito, pois cada indivíduo traz consigo suas próprias experiências, expectativas e maneiras únicas de se expressar. É isso que torna a vida bela e autêntica. No entanto, é importante observar, sentir, dialogar e compartilhar com leveza para conduzir as interações da melhor maneira possível. Como diz o ditado: "Ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana".



 

Você viajou amplamente para capturar diferentes culturas e paisagens. Como essas experiências influenciaram sua perspectiva fotográfica e quais foram os lugares que mais a impactaram artisticamente?


A experiência de viajar e mergulhar em diferentes culturas e modos de vida é verdadeiramente enriquecedora. É como abrir as portas para um mundo de possibilidades, uma explosão para os sentidos. Sempre alimentei o desejo de explorar novos horizontes, e recentemente tive a oportunidade de transformar esse desejo em realidade.


O Marrocos cativou meu coração de uma forma extraordinária. Eu já pressentia que me encantaria com o país, mas jamais imaginei que seria uma conexão tão profunda. Ao percorrer suas ruas e paisagens, fui transportada não apenas para outra cultura, mas também para outra era. Cada cena, cada sensação, cada aroma despertava em mim um fascínio profundo. Foi uma experiência que me permitiu sentir uma conexão genuína com o lugar e sua rica história.





Livro Longa Vita - 196




Livro Mulheres - Tempo




Com os avanços tecnológicos na fotografia, como você equilibra o uso de equipamentos modernos com a preservação de técnicas tradicionais e a autenticidade de suas imagens?


Procuro manter minhas fotografias autênticas e fiéis à cena original. Prefiro capturar e traduzir instantaneamente na imagem o que desejo transmitir, em vez de depender de técnicas pós-produção proporcionadas pela tecnologia. No entanto, reconheço que cada trabalho é único e pode demandar diferentes abordagens.


Em algumas das minhas criações autorais, valorizo a inclusão de texturas, grão e uma estética vintage, quando apropriado. Na arte abstrata, opto por conduzir todo o processo diretamente na câmera, combinando técnicas fotográficas para capturar e criar a imagem inicial, com sequencia à edição de cores e finalizando a obra, na pós-produção. Também pretendo criar séries com a intervenção artística em estágios posteriores, em um processo criativo exclusivo.




Alguns de seus projetos abordam questões sociais e ambientais importantes. Como você acredita que a fotografia pode ser uma ferramenta eficaz para criar consciência e mudança em relação a esses problemas?


A fotografia é muito mais do que uma captura visual; é uma forma de ver e de dar voz ao que é visto. Ela nos permite observar o mundo com uma nova perspectiva, revelando detalhes e nuances que podem passar despercebidos em nosso dia a dia. Quando uma imagem consegue alcançar e estender-se até as pessoas, convidando-as a se conectar com o que está sendo mostrado, ela transcende o simples registro visual. É como abrir uma janela para um mundo desconhecido ou inacessível para muitos.


Ao apresentar uma realidade por meio da fotografia, proporcionamos uma oportunidade única para os espectadores absorverem, medirem e refletirem sobre diferentes aspectos da vida, da sociedade e do mundo ao seu redor. Cada imagem conta uma história, comunica uma emoção e desperta uma conscientização. Desde questões sociais e ambientais até retratos íntimos e paisagens impressionantes, a fotografia tem o poder de inspirar, educar e provocar mudanças.


Quando utilizamos a fotografia como meio de expressão, podemos não apenas capturar momentos, mas também compartilhar perspectivas, incentivar diálogos e promover a compreensão mútua. É por meio dessa interação entre o fotografo, a imagem e o espectador que a verdadeira magia da fotografia acontece, criando uma ponte entre diferentes mundos e possibilitando uma conexão profunda com a essência da humanidade.










Abstrato 4







Abstrato 1




Saiba mais:

Instagram: @ganecoloda








7 visualizações1 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page